segunda-feira, 29 de junho de 2015

Relacionamentos

Até um tempo atrás eu tinha orgulho de dizer que sempre tive relacionamentos duradouros.  Era assim, um ano, quatro anos, um anos, dois anos...

De outros tempos pra cá, eu tenho tido relacionamentos picados. Três meses, um mês, pessoas aleatórias.

E então eu estava pensando se eu comecei a ficar pior ou melhor nessa área ainda não cheguei a uma conclusão, mas é uma coisa que sempre passa pela minha cabeça. Sei que sou impulsiva e acabo me jogando de cabeça em algumas situações, e gosto muito mesmo da fase do romance, da paixão, daquele começo que tudo é bom, que você fica com saudades da pessoa depois de minutos longe dela.

A fase da estabilidade não me fascina, definitivamente.

Então fico confabulando se eu estou sendo impulsiva demais nos relacionamentos atuais, ou se fui dependente demais nos anteriores. Ou será que é um pouco dos dois?

Prolongar demais um relacionamento em que não se está mais feliz é errado, mas será que não dar chance alguma é certo?

Eu ainda não sei.

Sim, eu me arrependo de algumas decisões, mas sempre acredito que todas elas me fizeram crescer como pessoa, e eu sinceramente sou orgulhosa do que eu sou hoje.

Sei de uma coisa, estou tendo dias muito felizes ultimamente, dias como eu nunca tive, e independente de isso ser impulsividade, eu prefiro aproveitar a chama sem pensar se ela vai ficar acesa, do que desistir enquanto ela ainda existe. ;)

domingo, 28 de junho de 2015

Meritocracia

Meu nome é Lorraine eu tenho 27 anos e eu sou pós graduada em neuropsicologia e tenho uma filha de 8 anos.

Tive uma vida normal, estudei, fiz faculdade, me formei e comecei a trabalhar. Nesse meio termo tive uma filhinha linda, mas sou mãe solteira.

Sempre achei que esse era o plano: estudar, me formar, trabalhar, casar e sair de casa.

Aí como eu sempre me achei muito inteligente, prestei muitos concursos, até que fui chamada em um pra minha área, psicóloga na prefeitura, num CRAS. OK.

Eu sei que eu reclamo pra caramba da prefeitura, mas pra falar a verdade, foi aí que minha vida começou a mudar, que eu comecei a enxergar as coisas de uma forma diferente.

Eu sempre fui super a favor do "se esforce que você consegue", mas não é bem assim.

Por exemplo: Fiz coisa errada? Fiz. Fui mãe adolescente? Fui. Mas tenho primas que também foram, e eu to aqui, com quarto com suíte, ar condicionado, digitando no notebook que o papai pagou pra mim. Eu fiz por merecer? Enquanto isso, minha prima com a mesma idade que eu tá lá na favela no maior perrengue pensando se amanhã vai ter comida pra fazer de almoço...

Eu entendo que meu pai veio da favela, que se esforçou pra conseguir o que tem. Mas também sei que foi difícil pra caramba, que ele é exceção, e que se alguém tivesse ajudado ele no começo, talvez ele chegasse mais longe do que já foi.

Admiro meu pai, admiro minha mãe. Sou grata por ter genes bons, família boa. Mas não me acho merecedora do que tenho, não me acho melhor do que ninguém que veio de família que não teve a mesma sorte de ter pais fodas que nem eu.

E foi isso que mudou, é isso que eu enxergo e queria que outros enxergassem :s

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Esqueci do título

Esse blog é muito engraçado. Eu tento fazer uns posts cabeça, explicando umas coisas diferentes sobre meu trabalho e coisa e tal, mas no final, as estatísticas de mais lidos estão sempre com os posts pessoais.

Eu fico pensando, será que só stalker fofoqueiro que lê meu blog ou a população geral é tão afim de saber da vida alheia assim? hahaha

Eu realmente não acho minha vida interessante nem nada, não sei qual é a graça se saber se eu to namorando ou solteira, gorda ou magra, feliz ou triste. Faz muito tempo que não vou atrás da vida de ninguém, realmente fico sabendo de "fofocas" meses depois e queria saber o quão vazia é a vida das pessoas pra buscar novidades na vida alheia.

Aí vira e mexe eu descubro que fulano me deletou do face, ou ex namorada de ciclano me bloqueou porque isso ou aquilo. Ou que quase um ano depois de sair de um lugar, ainda tem gente que fala de mim. Sério, eu não sou tão legal assim, tenho certeza que tem várias coisas legais que você pode fazer sem ser cuidar da minha vida.

Inclusive, eu sei sim que meus relacionamentos não estão nada duradouros, não precisa comentar isso por aí, sei sim que sou bem chata e reclamona, sei sim que sou antisocial, sei sim que posto zilhões de selfies e nem sou bonita.

Quer saber, eu nem ligo, faz o mesmo que você vai ser muito mais feliz, de verdade :)

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Aleatório pra valer

Eu queria escrever. Mas não sei bem o que...

Fica pensando sozinha em como eu não fiz nada e ao mesmo tempo eu fiz tudo. Em como eu estou feliz mas de repente bate aquela tristeza. Em como eu sou confiante e BUM fico sem palavras.

Eu não sei. De uns tempos pra cá eu to meio confusa com a minha vida, nada específico mesmo, só confusa.

Já ouvi que não pareço ser mãe, já ouvi que não pareço ter a idade que tenho, já ouvi que não tenho perfil de funcionário público e já ouvi "você é mesmo psicóloga?".

Acho que eu sou confusa porque não me encaixo em porcaria de estereótipo nenhum... Eu tive filha nova e continuei meus estudos, cuido da minha aparência e namoro. Nasci em berço de ouro, mas sou de esquerda. Sou funcionária pública e reclamo da porcaria toda. Às vezes eu me vejo do contra sem querer.

Sou antipática e chata. Adoro redes sociais, odeio que venham conversar comigo. Algumas vezes saio bastante, nas outras fico o final de semana em casa lendo.

Achei que era inteligente e confiante, mas agora não tenho coragem de crescer.

Namorava por muito tempo, agora tenho namoros relâmpagos.

Tinha expectativas, agora não sei onde elas foram parar.

Pra algumas coisas sou madura e responsável. Pra outras sou uma criança indefesa.

Só sei que não sou normal, e sou autodestrutiva... :s

domingo, 14 de junho de 2015

E mais flashes

- Por que a gente é assim? -
- Não sei, por que a gente é assim? - Disse ela sem fazer contato visual. Ela odeia contato visual. Olhava pra cima, pras estrelas, pro cruzeiro do sul, lembrava que outro dia ela estava procurando e não achou, mas agora ele estava ali na cara dela.
- A gente vai melhorar, né?
- Vai. Não sei.
Já foram duas garrafinhas de 700 mL de vinho que ele levou e o sakê que estava na geladeira dela. As confissões rolavam soltas, sem julgamento.
- Tô lembrando daquela vez, foi tão fofo, eu pedi que ele segurasse minha mão, e ele segurou, quando eu acordei, nossos dedos estavam entrelaçados ainda.
- Quer que eu segure sua mão? - disse ela naquele tom debochado.
Ele estendeu a mão, ela também.
- Não é a mesma coisa. - disse ele.
- É claro que não.
- Mas sua mão é quente. - Continuou, e fez carinho na mão dela.
- Eu sei, a sua também. Você sabe que somos iguais.
- O que a gente faz da nossa vida?
- Eu não sei. - Disse ela ainda olhando pro cruzeiro do sul.

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Mudanças.

Então eu cheguei, jantei, comi chocolates e arrumei meu quarto.

Depois de vários dias aquela bagunça estava ainda estava ali, lembrei dela, olhei pra ela e hoje foi o dia de arrumar.

Eu juro que eu tentei arrumar antes e ela me dava sono. Sono, que engraçado, pura regressão. Freud iria me adorar, acho que eu devia ter vivido em 1900, por que não? hahaha

Engraçado que fiz inscrição em concurso, vou em São Paulo buscar meu certificado, vou pintar meu cabelo de uma cor bem diferente... Ai ai. Já me disseram que sou pura emoção, já me disseram que sou intensa, já me disseram que vivo na chama até ela queimar. Eu só sei que sou o exemplo de psicossomática e, claro, preciso fazer análise :s

Então é isso.



Ps.: Sim, eu deletei um post.

sábado, 6 de junho de 2015

Flashes

- Eu me apego muito fácil...
- Sim, claro. Mas desapega na mesma velocidade.

~

- Eu não nasci pra ter paz, não nasci pra buscar isso. Nasci pra ajudar os outros e viver no meu caos.
- Nós não nascemos pra ter paz. Inclusive, se a encontrarmos vamos destruir. Caos é crescimento. A gente organiza o caos, traz ordem, depois destrói. Vivemos de caos em caos.

~

- Se apaixonar é horrível...
- É sim, é uma merda. - Respondeu educadamente.
E ficaram abraçados em silêncio.
- Você está apaixonada?
Olhou nos olhos dele, tinha certeza que eles sempre brilhavam. Pensou uma coisa, mas virou o rosto pra baixo e disse outra.
- Não.
- Quê? - Perguntou enquanto afagava os cabelos dela.
Golpe baixo. Ela levantou o rosto e lá estavam aqueles olhos. Virou o rosto pra direção oposta.
- Talvez. - E sorriu.
Não olhou pra ele de novo, mas sabia que também sorria.

-

- Eu amo você. Minha amizade despretensiosa que acabou se tornando uma das mais importantes. Amo seu jeito desleixado. "Ah, se não der certo a gente começa de novo". É assim que a vida tem que ser.


segunda-feira, 1 de junho de 2015

Espiritualidade e doença mental

Hoje eu cheguei no trabalho e as meninas estavam conversando.

~

- Gente, falei com meu amigo do centro espírita e perguntei sobre a vó. Ele disse que pra ela estar assim, ou ela ficou devendo pro santo ou usa a religião em vão.
- Olha, só de seguir uma religião e largar, a pessoa já fica sem rumo. Tem que ter uma preparação.

~

Eu gosto muito de Jung, super concordo com ele que tem pessoas que precisam de uma vida espiritual pra se apoiar, mas daí a falar que uma pessoa claramente esquizofrênica, tem apenas problemas espirituais é complicado.

Me senti na idade média. Nas pessoas falando em castigo de Deus ou que com problemas mentais se comunicavam com Deus/diabo.

Esquizofrenia é uma doença mental. E é séria. Incapacitante. Com certeza se você precisa, a espiritualidade é importante, mas não o principal... As pessoas precisam de tratamento médico, psicológico, terapia ocupacional e tudo o que tem direito pra voltar a uma vida funcional!

Agora ouvir que quando você chega perto dela, sente os demônios e tem dor de cabeças?

Em que ano estamos mesmo?

Update. Maio

Não to bem mas não to mal, mas resolvi que era hora de dar uma passada aqui, pelo menos pra dar um update em quem provavelmente tem me xeretado desde sábado.

É assim, eu simplesmente fiz o que era certo, não vou dizer que me senti bem, é sempre difícil. Mas é melhor fazer o certo e ficar sozinha do que ficar fazendo errado e só pra continuar com alguém. Eu não preciso disso, e além de não ser certo comigo, não é nada certo com uma pessoa que não fez nada de errado pra mim e só me trouxe felicidade.

Às vezes a gente tem que arriscar, tem que abrir mão de algumas coisas. Uma vez eu ouvi, provavelmente da Lígia Mendes no Missão Impossível da Jovem Pan, que é melhor a gente ser sincera e continuar mantendo a confiança da pessoa, do que mentir e fazer errado pelas costas. Porque uma hora a verdade aparece, e se você mudar de ideia, a pessoa vai saber que você fez o que era certo.

E é isso.

A vida segue. Sempre segue...