sábado, 27 de fevereiro de 2016

Trabalhando na área social

Eu ia começar dizendo que eu não tenho o costume de reclamar no blog, mas quem eu quero enganar? Tenho sim o costume de reclamar no blog, e alias, na vida. haha

Como se já não bastasse os problemas intrínsecos do trabalho em serviço de acolhimento, por ser uma demanda de alta complexidade da assistência social, ultimamente a gente vem tendo que lidar com problemas operacionais que, além de travar o andamento do trabalho técnico, torna o dia a dia estressante.

Vamos ser mais concretos: serviço de acolhimento são os antigos abrigos, ou seja, é uma casa, e trabalho com pessoa que não tem mais pra onde ir, então moram por um tempo lá até de organizar para retomar a vida independente.
A sala da coordenação, onde atende eu, a assistente social e duas encarregadas, fica na parte da frente da casa, separada da parte de trás, onde ficam alguns quartos.
A casa é velha, bem velha. e dia 11/11/2015 a fiação simplesmente parou de funcionar na parte da frente da casa. Ou seja, ficamos sem energia, não tem luz, ventilação, computador, etc.
Maaaas, a chefia, é claro, continua cobrando os relatórios periódicos, e eu (nem nenhum outro funcionário) não quero usar o computador da secretaria, que é em outro prédio. Então foi puxada uma extensão onde ligamos ventilador e computador. Que após algum tempo estourou, saiu até fogo, derreteu uma tomada...
Chamaram um eletricista, que..... Puxou outra extensão! Ok. Estavamos "conseguindo" usar. Mas não podemos ligar muita coisa, então passamos calor do mesmo jeito.
Então hoje, recebemos ligação da chefe de gabinete dizendo que ia no equipamento. Achamos que era pra verificar a nossa situação, que ingenuidade.
O motivo da visita é: Verificar se as encarregadas estão escondento carne no freezer (que está na minha sala de atendimento... mas essa não é a preocupação dela)!!!!!!!!
Espera, fica pior. Ela estava a caminho, mas.... lembrou que estávamos sem luz, e como ela não pode passar calor (mas eu posso, né), não foi. Mandou (claro que não pediu, pra que pedir) as encarregadas fazerem uma listagem e levarem na salinha com ar condicionado dela....

Ah, só pra terminar, fiquei bastante irritada e liguei pro sindicato e diretoria regional, que me mandaram.... fazer soliticação a minha secretaria (coisa que já foi feita por escrita desde o ano passado). É, funcionário público não faz nada gente..........

tem um freezer na minha sala, sim

na verdade essa era pra ser minha sala, mas é um estoque...


essa é a sala das encarregadas, iluminadíssima

essa é uma das nossas cadeiras :D ótima pra quem ainda não tem problema na coluna (e quer problema na coluna)

e aí nossa gambiarra

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Trabalho x Lazer

Esses dias, algumas pessoas da minha timeline do facebook, compartilharam um daqueles textos (nível Veja) que fala sobre como a geração Y é idiota. Porque são jovens que ganham salários exorbitantes mas são escravos do trabalho.

Por hora vou ignorar o caráter mega elitista do texto, que claramente só considera a população de alta renda como geração Y, de lado, e vou discutir uma parte que me deixou um pouco surpresa.

Vou ser sincera, estou com preguiça de pesquisar o texto agora, mas ele dizia que a geração Y era uma retardada, porque não se desligava do trabalho pra viver a vida. Que as empresas estavam explorando os funcionários porque eles se diziam felizes com o trabalho que faziam.

Pera lá, gente, uma coisa é o funcionário ser explorado pela empresa, isso é ruim sim, eu concordo, e precisa ser combatido; outra é gostar do que faz. Gostar do seu emprego não significa que você é um retardado.

É assim, eu não gosto dessa divisão trabalho x lazer. Que significa que seu trabalho é um saco, que você só o faz pelo dinheiro pra então viver a vida. Poxa, não tem nada de errado em se gostar do que faz, passar oito horas por dia num lugar insuportável só pra ganhar dinheiro pra pagar as contas, isso sim me parece loucura.

Não tem nada de errado em gostar do que se faz, pesquisar, estudar e "não desligar". Você pode sim ocupar seu tempo livre com "coisas do trabalho". É muito bom, inclusive. Uma das práticas que dá sentido a vida do ser humano é trabalhar, é se sentir útil, é fazer algo que se goste pra auxiliar no desenvolvimento da sociedade.

Está certo sim lutar contra a exploração dos trabalhadores, mas não é errado se gostar do que faz. Vamos sim gostar do nosso trabalho! Não podemos passar 30% do nosso dia, sendo que os outros 30% a gente dorme, em uma coisa que nos faz infeliz. A vida é feita pra ser vivida, aproveitada. Não pra seguir o protocolo da sociedade e trabalhar só pra pagar as contas...


sábado, 13 de fevereiro de 2016

Ovos pochê

Se tem uma coisa que me irrita é gente mesquinha; Uma coisa é negar algo que você tem pouco, outra, é negar por pura maldade.

Trabalho num serviço de acolhimento da prefeitura, os alimentos (como todo o resto) é provido pelo município, serviço de acolhimento é como um abrigo, é uma casa, então a gente supre as necessidades básicas daqueles que moram lá, ou seja, eles fazem as refeições lá (além de outras coisas), então temos uma cozinheira que trabalha lá, o equipamento funciona por plantões, todo mundo que trabalha lá, trabalha 12/36h, ou seja, trabalha 12h num dia, folga no outro, dia sim, dia não. Então, temos duas cozinheiras.

No geral, não tenho problemas com nenhum funcionário. Porque, apesar de tudo, não tenho problemas de relacionamento interpessoal, normalmente me integro a qualquer equipe.

Então essa semana uma das cozinheiras voltou de férias. E, como de costume, os funcionários também fazem as refeições no equipamento, comemos a mesma comida dos acolhidos. Até aí tudo bem.

Só que recentemente eu me tornei vegetariana, não como carne. Num certo dia a mistura era salsicha. Fui almoçar e notei que tinha uma outra panela separada, e era de ovos pochê, educadamente perguntei para a cozinheira se eu poderia pegar um pouco dos ovos. Ela respondeu que era a mistura da noite, expliquei que não comia carne. Então ela me disse "então que frite um ovo, porque a mistura está contada".

Ah, pera lá. está contado? Os funcionários da noite são menos que os do dia, sempre, eu repito, SEMPRE, etraga comida porque sobra e ninguém come, e ela me vem mandar eu fritar um ovo porque a mistura está contada?

E repito novamente, se tem uma coisa que me irrita é gente mesquinha. A comida não é dela, a comida não é comprada por ela. a comida não é pra ela.

O trabalho já não é fácil, é pesado. E tem gentinha que tem que arranjar problema?

Mas na hora de pedir doação porque tá faltando ingrediente ou outro eu sirvo. Né?

Eu estou sem luz desde novembro na minha sala, colocaram um freezer na minha sala, essa funcionária reclama que tem bolsa em cima do freezer, e diz que assim não pode trabalhar. PERAI TEM UM FREEZER NA MINHA SALA DE ATENDIMENTO. E voce me diz que não pode trabalhar porque tem uma bolsa no freezer, agora vem me negar uma porcaria dum ovo fervido?

Ah, mas cada merda que a gente tem que aturar em serviço público. Tá difícil, viu.

domingo, 7 de fevereiro de 2016

Ciúmes

Bom, normalmente eu sou uma pessoa feliz que dorme de cobertor todos os dias porque tem ar condicionado no quarto, mas hoje estou desprovida dessa regalia, porque meu pai mandou ele pra limpar :(

Então, estou aqui de regata e short, suando e tomando chopp de vinho do estoque da minha mãe pro carnaval. Fiz meus stalks do dia, e não fiquei com o já convencional ciúme. quer dizer, não tanto quanto sempre, já que esse final de semana entrou pro ranking de melhores finais de semana da minha vida.

Às vezes eu acho que todo ciúme que não senti a minha vida toda, estou sentindo de uma vez. Já fui completamente confiante em um relacionamento e descobri que tinha chifres que não me deixavam passar pela porta. Mas continuei confiante na vida. Porque uma pessoa não tem culpa do que outro idiota fez de errado, né? Alias, se vai me trair, olha, faz direito, porque se eu descobrir, adeus.

Mas, por outro lado, também nunca senti tanto amor. Então, eu acho, que é de se esperar que o ciúme, pelo menos enquanto que acostumo com esse sentimento, é normal. Não vou romantizar patologia, ciúme não é normal não, não é fofo e, não é saudável. Principalmente em excesso quando vira controle excessivo. Mas, agora mais do que nunca, entendo o que é querer ser dona de alguém; Não só dona de agora, mas do passado, presente e futuro: é meu, meu e meu.

É foda. Na maior parte das vezes eu me controlo.

Porque, se conhecer não é não ter mais ciúme, se conhecer é saber quando o sentimento é uma falha sua e não do outro, e não obrigá-lo a suprir uma patologia sua. É reconhecer, respirar, contar até 10, 50, 100, infinito, e esperar passar, pedir colo, carinho e paciência, mas saber que é uma carência sua e não erro do outro.

Eu sei que sou uma namorada foda, sério mesmo. Companheira, amiga, amante. Dedicada, carinhosa e madura. E que pra ficar comigo tem que ser foda também, e sério, uma pessoa de sorte. Mas sempre tem aquele ponto fraco... Aquele que só de você pensar dói, mas não dói só emocionalmente, dói tanto que chega a sentir fisicamente.

E o meu é aquela menininha ruiva. É. Aquela que eu apaguei o post, e que, se precisar, eu apago de novo, mas que, de vez em quando me faz bem externar, me faz bem falar sobre aquele sentimento que ainda não consegui elaborar. Ela é aquilo que nunca vou ser. Linda, magra, cobiçada. Parte daquelas coisas que ele faz parte, que eu tento entender e nunca consigo.

Não, não se sinta mal. esse tipo de sentimento vem de dentro. É carência, Insuficiência. insegurança. E você não precisa disso. Eu não preciso disso.

Força.

Está tudo um mar de flores, e vai continuar enquanto você for forte e segura.

Foram os melhores finais de semana da minha vida. Melhores dias de semana também. Melhores momentos, horas, segundos, minutos. E vão continuar sendo.