quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Saúde ou comércio?

Hoje eu fui fazer exame de sangue pelo convênio do meu pai. Sabe, eu sou funcionária pública municipal, e a prefeitura está bem ruim, com médicos em greve, e com o convênio cortado por vários meses, então resolvi marcar ginecologista pelo convênio do meu pai.

Aí a médica pediu os exames de rotina, e vários de sangue, já que eu não fazia por um tempo pelos motivos que já expliquei.

A última vez que fui, o lugar parecia uma casa, e as moças que atendiam eram uns amores, bem simpáticas e era tudo bem próximo. Mudou de lugar, tem estacionamento privativo e drive thru para retirada de exames, o que já achei bem tecnológico.

Aí entrei no lugar, logo na porta tem uma moça tipo hostess de festa que te leva pro lugar certo, só pra me falar que preciso pegar senha (?), sendo que do meu lado direito tem um balcão de informações com duas outras moças.

Tinham 20 números de senha na minha frente, todos ficam sentados em banquinhos estofados que nem de banco, e tem DEZ, isso, DEZ guichês de moças que chamam apenas pra fazer um cadastro! Quando sou chamada, ela me dá folha com os adesivos que ficarão no tubinho de sangue e me manda descer dois lances de escada (qual o tamanho desse lugar?).

Chegando no andar de baixo tem mais banquinhos com várias pessoas esperando e eu tenho que pegar senha de novo! E o lugar que tira sangue são mais guichês. Mais pelo menos quinze pessoas na minha frente.

Gente, eu não sei o que pensar, me senti em qualquer lugar, menos num ambulatório de saúde. Parecia um banco, um supermercado, mais especificamente o caixa rápido. É muita gente trabalhando, é muita gente lá. É muito atendimento automatizado, pouca empatia.

Vejam bem, não estou reclamando da quantidade de pessoas na minha frente, mas na frieza em que são tratadas pessoas, saúde.

Eu não estava comprando tomates. Eu estava fazendo exames de sangue! Credo...


segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Resistência a psicologia :(

Hoje eu estava deitada na minha cama, agora da parte da noite, quando ouço minha mãe terminando de se arrumar.

Ouço o spray do desodorante e os sapatos batendo no piso pelo corredor, ela passa pela frente da minha porta enquanto diz "vou buscar seu pai". As gavetas batem, mais sapatos, agora pelas escadas abaixo e a porta se fechando.

Então pegadas diferentes, agora chinelos, e minha irmã entra no meu quarto dizendo "ela disse que sairia sem documento, falei que tinha visto aqui e ela não esperou", enquanto pega o documento do carro, que estava em frente ao meu notebook. Totalmente a vista de quem passa pela porta aberta do meu quarto.

~

O clima está pesado em tanto lugares que frequento que comecei a achar, mesmo não acreditando nessas coisas, que eu que estava exalando uma aura ruim.



Esses chiliques e demonstrações de drama da minha mãe, são frequentes, ela sequer perguntou com quem estava o documento do carro, apenas saiu, com certeza reclamando em um tom de voz que não fosse possível ouvir do quarto (pois, o documento estava visível) que sairia sem documento e que esperava que fosse parada em uma batida e que tivesse o carro apreendido. Sei que ela disse isso, porque já ouvi ela dizer isso enquanto o noivo da minha irmã corria pelas escadas com o documento do carro nas mãos.

Já disse pra ela que essas cenas estavam muito frequentes e que ela estava se estressando com facilidade, eu sou psicóloga, minha irmã faz terapia há anos. Ela já me revelou que quando tivesse tempo, faria uma segunda faculdade, e que essa seria psicologia. Então por que tamanha resistência em aceitar que todos esses sinais de estress são pedidos de socorro da saúde mental dela?

:( é complicado.


quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Cobranças

Eu tenho 27 anos, tenho uma filha, fui mãe jovem, tive ela com 18 anos, dependi financeiramente dos meus pais. Fiz faculdade, fiz pós, trabalhei, depois passei em concurso.

Sei que quando a gente tem filha nova, abre mão de algumas coisas. Mas tem algumas cobranças que são abusivas, na minha opinião.

Essa semana o funcionalismo da cidade onde eu trabalho entrou em greve, e eu participo das manifestações e assembleias, não fico em casa de greve, e hoje foi mais um desses dias, contudo,  saí no horário de sempre, mas como estava trânsito e chovendo, achei melhor avisar minha mãe, pra ela tentar buscar a minha filha.

Depois de mandar mensagem no grupo com os meus familiares de casa, meu tenho duas respostas: em uma minha mãe diz que vai buscar a Vi, para que ela não fique esperando, e; outra do meu pai dizendo "lembre-se que a sua filha é prioridade".

Espera aí, em que momento ela não foi prioridade?

Eu fico muito desanimada e chateada com essas cobranças. Eu pedi que minha mãe buscasse ela, exatamente por ela ser prioridade, pra não ficar esperando na escola. Porque achei que chegaria tarde.

Eu sempre tento fazer o meu melhor, de verdade, mas é realmente desanimador quando as pessoas que deveriam me orientar e auxiliar tem o costume de me depreciar e julgar.

Queria tanto não depender de ninguém...


terça-feira, 3 de novembro de 2015

Cidade grande x cidade pequena

E esse feriado eu fiz minha primeira viagem com o meu namorado. Fomos pra casa da madrinha dele, eu, a Vitória, ele e a mãe dele.

Lá, entre conversas, a mãe dele comenta:

- Aqui em Atibaia, as pessoas são mais simpáticas e comunicativas. Sempre tive muitos amigos. Até em fila de mercado a gente faz amizade, as pessoas trocam receitas, e não é como em Santos, que as pessoas saem uma vez e somem. Aqui amigo é pra vida toda.

E eu fiquei lá, pensativa. Realmente as pessoas somem aqui em Santos, sem motivo algum, ou com motivos supérfluos, como se a amizade, amor, não fosse nada. Eu sei que as pessoas se desentendem, mas ninguém precisa pensar igual; E como acostumei com essa situação, acabei ficando anti-social. Quer dizer, sempre achei que eu fosse anti-social, mas na verdade é que eu não gosto desse tipo de gente, que nem minha querida sogrinha disse...

Amigo é pra vida toda mesmo, pras fases boas e ruins. Se a pessoa simplesmente desiste de você sem motivo plausível, não valia a pena...

Aí fomos eu, o Vini e a Vitória numa pizzaria, chegamos lá, demoramos pra ser atendida, em contrapartida, a Vitória, antes de sentar na cadeira, fez uma amiguinha:

- Oi!Quer brincar com a gente? - disse a garotinha que parecia ser poucos anos mais nova que ela.
- Posso? - "respondeu" a Vitória olhando pra mim.
- Claro! - respondi animada.

Sinceramente, isso nõ acontece em Santos. Siiim, as crianças brincam, mas nunca tinha acontecido dessa forma.

Olha, eu honestamente, fiquei apaixonada por Atibaia. Pela cidade, pelas pessoas, pela forma de vida. Sempre achei que queria me mudar pra ~cidade grande~, mas agora...

É bom repensar~